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18 de fev. de 2014

399 - Esquecimento do passado - O Livro dos Espíritos

O Livro dos Espíritos

Parte Segunda – Capítulo 7

Esquecimento do passado

399. Os acontecimentos da vida corporal são, ao mesmo tempo, uma expiação pelas faltas passadas e provas que visam ao futuro. Pode-se dizer que da natureza dessas situações se possa deduzir o gênero da existência anterior?  (1) 
 Muito freqüentemente, uma vez que cada um é punido pelos erros que cometeu; entretanto, não deve ser isso uma regra absoluta. As tendências instintivas são a melhor indicação, visto que as provas pelas quais o Espírito passa se referem tanto ao futuro quanto ao passado.
"Alcançado o fim marcado pela Providência para sua vida na espiritualidade, o próprio Espírito escolhe as provas às quais quer se submeter para acelerar seu adiantamento, ou seja, o gênero de existência que acredita ser o mais apropriado para lhe fornecer esses meios e cujas provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se triunfa, se eleva; se fracassa, deve recomeçar."

"O Espírito sempre desfruta de seu livre-arbítrio. É em virtude dessa liberdade que escolhe as provas da vida corporal. Uma vez encarnado, delibera o que fará ou não e escolhe entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio seria reduzi-lo à condição de uma máquina."

"Ao entrar na vida corporal, o Espírito perde, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse; entretanto, às vezes, tem uma vaga consciência disso e elas podem até mesmo lhe ser reveladas em algumas circunstâncias. Mas é apenas pela vontade dos Espíritos Superiores que o fazem espontaneamente, com um objetivo útil e nunca para satisfazer uma curiosidade vã."
As existências futuras não podem ser reveladas em nenhum caso, porque dependem da maneira que se cumpra a existência atual e da escolha que o Espírito virá a fazer.

O esquecimento das faltas cometidas não é um obstáculo ao melhoramento do Espírito porque, se não tem uma lembrança precisa disso, o conhecimento que teve delas quando estava na espiritualidade e o compromisso que assumiu para repará-las o guiam pela intuição e lhe dão o pensamento de resistir ao mal; esse pensamento é a voz da consciência, sendo auxiliado pelos Espíritos Superiores que o assistem, se escuta as boas inspirações que sugerem.
Se o homem não conhece os atos que cometeu em suas existências anteriores, pode sempre saber de que faltas tornou-se culpado e qual era seu caráter dominante. Basta estudar a si mesmo e julgar o que foi não pelo que é, mas por suas tendências.

As contrariedades e os reveses da vida corporal são, ao mesmo tempo, uma expiação pelas faltas passadas e provas para o futuro. Elas nos purificam e elevam, se as suportamos com resignação e sem reclamar.

A natureza dessas alternâncias da vida e das provas que suportamos pode também nos esclarecer sobre o que fomos e o que fizemos, como aqui na Terra julgamos os atos de um culpado pelo castigo que a lei lhe impõe.

Assim, o orgulhoso será castigado em seu orgulho pela humilhação de uma existência subalterna; o mau rico e o avaro, pela miséria; aquele que foi duro para com os outros sofrerá, por sua vez, durezas; o tirano, escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc. 



(1) As perguntas feitas aos Espíritos estão em letras normais e as repostas destes estão em grifo. As notas de Allan Kardec estão entre aspas.


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